elas escorrem entre as nuvens escuras
No meu céu
Tenho luzes que me habitam e me aquecem como um sol de inverno
Na transparência dessas
águas desfalece o meu olhar
Meu triste céu goteja
Num remanso de alvorada
As vozes que me gritam são douradas pelo brilho do sol nascente
que só se põe no fim do dia
Meu céu transpira esperança...
Quero encontrar a lua
e descansar... meu céu!
Em praias paradisíacas meu céu vai buscar um sorriso em forma de mar
com suas espumas vou embalsamar a dor e escondê - la entre as montanhas...
Outras vozes me inspiram
Vou brincar de passarinho e bailar
bailar , bailar
Meu céu intranquilo, meu mar sem ondas
meu olhar se refugia em seus olhos
Posso ler palavras soltas
que nada dizem ou querem dizer
Águas tranquilas... resgatam a sutileza de uma dor que já não dói
Imensidão parada...
ardor confuso
Um silêncio interior
das nuvens escuras que brotam no meu céu
transformo em flor cada semente incubada no coração...
Goteja meu céu como água da chuva que vem renovar
renovar
cada pétala que cai,
do peito dolorido
o sonho escondido
desfaz seu poder
goteja minha alma
cansada
Eu conheço os demônios que encolhem as escolhas
mas não tenho medo
Meu Deus me enfeitiça
e a dor já não dói
O sol já se foi...
as vozes que me gritam
são pássaros noturnos que interpretam a madrugada como um rito de passagem
No meu céu transpira a esperança
Vou encontrar a lua e brincar de esperar o amanhã
vou encantar o novo sol e as nuvens antes escuras estarão mansamente azuis
como as palavras em meus olhos que já não gotejam...
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