Dia de terapia virou dia de lazer.
É o meu passeio semanal preferido. Na quarta feira estive com Marilene, minha querida psicóloga que me disse que eu estava muito bonita, mas foi proposital. Quero lutar com todas as minhas forças, me esforço, não me entrego. Chega de choro e lamento.
Decidi dançar na chuva ao invés de reclamar da tempestade.
Em casa não estava bem, tive que tomar o Rivotril fora de hora pra me acalmar. Ficar dentro do ônibus também me deixa ansiosa, aperto as mãos do meu marido como se ele fosse meu refúgio. A caverna onde posso me abrigar contra as forças inimigas. Pelas ruas, cada rosto era um novo fantasma que vinha me assombrar, mas ele estava comigo, pra me proteger.
Enfim chegamos, Marilene nos recebeu na porta e se despediu do Paulo , disse - lhe para voltar em uma hora. Assim mesmo, como o papai que tem hora marcada para pegar a filhinha no balé.
Tomei muita água, precisava de coragem. Mas aqui dentro sinto - me protegida e bastante segura.
Acho que ainda estava nervosa, mas aos poucos fui me soltando. Falamos dos meus filhos, da ausência deles, da sensação de solidão, da mágoa que sinto pelo descaso e da confusão de sentimentos do Raphael, da saudade do Yam e dos cuidados e da atenção do Paulo comigo. Falamos do culto religioso que não quero que façam em minha casa, pois não acredito na doutrina machista e da passividade das mulheres apresentada pela igreja em questão. Lembrei das coisas boas, da visita do Thiago, de nossa saída de sexta - feira que foi muito boa e de como terminou: às dez horas da noite ainda no happy hour, comecei a sentir uma fraqueza muscular e pedi que fôssemos embora, estava muito cansada e o Paulo teve que ma carregar nos braços até em casa. Tomei a medicação prescrita para depressão e o sedativo Rohypnol para dormir, comecei a tremer, um choro convulsivo e uma ansiedade tomaram conta se mim, comecei a andar pela casa tomada de desespero, chorando muito fui para a varanda. O barulho na casa vizinha me atordoou, saí ainda em desespero para a rua, o Paulo me seguia tentando me acalmar, eu não podia tomar nenhuma outra medicação sem prescrição médica. Ligamos para o celular do psiquiatra e ele não atendia. Resolvemos ligar para o Samú e aí depois de explicar toda a situação um médico me indicou o Rivotril e enfim, às três horas da manhã eu consegui relaxar e dormir.
Um dia de cada vez, com mudanças repentinas, essa é minha rotina.
Fim da terapia!
Este blog foi criado com a intenção de possibilitar a discussão e a reflexão acerca de assuntos pertinentes a tudo o que os olhos podem ver. Os olhos podem ver até mesmo os sentimentos. Num infinito de possibilidades, este blog é o espaço interativo onde poderemos dividir expectativas, valores e sentimentos e apresentar sugestões para solucionar nossas aflições no dia a dia. Hoje quero, mais que ontem, abrir as janelas da alma para que um sol radiante possa aquecer inúmeros corações.
Não entendi... Descaso e confusão de sentimentos..
ResponderExcluirEu, mãe!!! Amo-te...