Por um bom tempo isso ficou guardado dentro de mim, me sentia um fracassado, me sentia totalmente desanimado, que jamais poderia ser útil, que eu era tão pequeno que merecia sempre menos.Acostumei a ser o "menor", o que merecia menos. talvez ainda exista um pouco disso ainda em mim. Mas o tempo cura as feridas.
Eu comecei a trabalhar no Supermercado extra, eu era novo tinha todo tempo do mundo pra fazer minhas escolhas profissionais,embora não contasse com apoio para isso. Nesta época minha estava buscando meios para se separar pois não aguentava mais as humilhações e sofrimentos que passava com ele.
Eu não me achava capaz, tudo porque por um bom tempo eu preferia ouvir o que dizia o meu padrasto, achava que tudo que eu podia ser era um simples repositor de mercadorias do extra. Todo trabalho é digno não estou fazendo pouco caso dessa profissão, mas eu era jovem e podia chegar mais longe. Meu universo era o bairro das Palmeiras, no meio do tráfico de drogas, vimos muitos garotos que cresceram conosco serem mortos. Viver em Palmeiras era uma convivência diária com todo tipo de influências negativas, mas Deus deu sabedoria para nossa mãe nos educar mesmo vivendo em companhia de um louco.
Um dia eu estava andando pela rua quando um homem, morador do bairro, ao qual chamavam '' chefia '' veio falar comigo. Disse que eu era jovem que eu deveria sonhar mais,que eu era um rapaz de excelente comportamento e que merecia confiar mais em mim. E assim eu fiz. Comecei a pensar no que ouvia do meu padrasto e tive pena, pois ele dizia pra mim o que ele era: uma pessoa sem perspectiva que perdeu o tempo e desistiu de crescer! Quando entendi isso, eu comecei a lutar pelo meu futuro. "Chefia" me disse que seria bom eu fazer um curso que me desse dinheiro. Me aconselhou a fazer eletrônica, instrumentação, automação etc.. e existia um curso que englobava tudo isso. Como já disse trabalhava no extra e meu salário era pouco. Trabalhava só pra pagar o curso. Acordava cedo pois tinha que estar no curso às 8:00 e em Palmeiras o transporte era precário e demorava bastante.
Por Thiago Gomes Pachecos.
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