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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Cansaço


E eu cansei.
cansei dos pássaros pousados na janela, do sol que sem pedir licença invade a sacada, das flores da primavera que insistem em brotar em qualquer lugar, a qualquer hora.

Cansei do canto matinal do galo que me acorda, do cheiro do café que sem pedir permissão perfuma os meus sentidos e reforça o meu despertar.

Cansei das folhas úmidas do orvalho da noite que, como lágrima doce desliza sobre o leito das faces consolando o coração triste.

Cansei de todo resplendor repentino que assombra a presença de um Deus que acima de tudo e de todos compõe uma sinfonia de amor e a admiração simplista do homem banaliza.

Quero que a mente do homem consiga entender o real sentido do murmúrio das águas gritando Esse nome.
E faça-se sentimentos e verdade, composição de cores, luzes, fatos, lágrimas de emoção. Posso entregar-me ao vento, nua. E ainda assim permanecer cansada de toda beleza exposta e não assistida. 
Refazendo-me.

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