E eu cansei.
cansei dos pássaros pousados na
janela, do sol que sem pedir licença invade a sacada, das flores da primavera
que insistem em brotar em qualquer lugar, a qualquer hora.
Cansei do canto matinal do galo que me acorda, do cheiro do café que sem pedir permissão perfuma os meus sentidos e reforça o meu despertar.
Cansei das folhas úmidas do
orvalho da noite que, como lágrima doce desliza sobre o leito das faces consolando o
coração triste.
Cansei de todo resplendor repentino que assombra a
presença de um Deus que acima de tudo e de todos compõe uma sinfonia de amor e
a admiração simplista do homem banaliza.
Quero que a mente do homem consiga entender o real
sentido do murmúrio das águas gritando Esse nome.
E faça-se sentimentos e verdade, composição de
cores, luzes, fatos, lágrimas de emoção. Posso entregar-me ao vento, nua. E
ainda assim permanecer cansada de toda beleza exposta e não assistida.
Refazendo-me.
Refazendo-me.
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