Andarilho

Foram muitas batalhas pra pouca guerra...

Num berço sem poetas, mamando nas tetas da literatura

Engordei palavras

Fiz - me poesia e ajuntei pensamentos

Embalei sonhos e recriei ilusões

Confundi os amores e abracei a vida

Renasci das cinzas mais de uma vez

Fui Fênix vencida

Fiz fumaça e até dancei na chuva

Aplaudi minhas derrotas, apelei pra briga

Perdi a razão!

Planejei e ainda não concluí

Chorei até secarem - se as lágrimas

Abandonei até sentir solidão

Fui secando até virar poeira e 

Derramei no chão toda angústia

Rasguei o verbo, fiz crítica e esqueci.

Acordei todo pesadelo que restava

Pra inventar uma esperança e sonhar

Quem disse que sei quem sou?

Andarilho sem porto seguro

Anjo de asas podadas

Véu, tapaluz, concessão

Melhor morrer que fingir a vida

Antes a morte que esgota a dor,que ador que esgota a vida.