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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Um dia de cada vez

A tempestade está passando!
Lá fora já brilha o sol
os pombos arrulham
enroscando - se um no outro 
A imensidão do céu num azul cotidiano
mantém sua beleza mesmo que haja tristeza em meus olhos.
No jardim, nasceu mais uma flor
a vida não me espera pra continuar



A música que alegra a casa do vizinho não para de tocar
A rotina diária não finge estar dormindo 
porque eu não quero acordar
Os movimentos da terra não dependem do meu desejo de viver
o ciclo continua movido pelas decisões
O que decidirei hoje?
Abrir as janelas, dar bom dia ao sol?
Ou continuar com pena de mim,
escondida atrás dessas lágrimas que não quero mais?




 O vazio aqui dentro de mim ainda existe
Mas tem tanta coisa lá fora esperando pra ser vivido
e preencher esse buraco
É essa covardia que não é minha que me impede de andar
É esse medo que nunca tive que vem roubar meu cálice
Vou beber da água pura num só gole
e matar a sede que resseca os meus lábios,
os meus sonhos, a estrada que preciso começar a trilhar



Seca a tinta da caneta que vai escrever
a verdadeira história de mim.
Estarei nua para as mudanças
entregarei meu corpo às carícias do tempo
Um dia de cada vez!


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