A Branca de Neve em cordel
(Lucia Pachecos Vieira)
A menina muito branca
com neve se parecia
cada dia mais bonita
à medida que crescia
os cabelos muito negros
como cascata caía.
A madrasta invejosa
no espelho que se via
perguntava toda hora
quem mais beleza teria?
o espelho zombeteiro
de pronto lhe respondia.
És tu bela rainha
até quando seria?
Perguntando novamente
o espelho lhe respondia
é a menina Branca de Neve
Maior beleza não tinha
Essa madrasta invejosa
a sua beleza queria
pra realizar seu intento
ousou usar bruxaria
a bruxa fez preparado
pra ver se a moça morria
Fez poção no caldeirão
muita fumaça se via
envenenou a maçã
que a princesa comeria
fingindo- se ser uma velha
coma! Ela insistia.
A Branca de Neve ingênua
naquela tarde tão fria
aceitou o belo presente
que em seguida comeria
de apenas um suspiro
e logo no chão caía
Os anões choraram muito
Branca de Neve morria?
Velaram com tristeza
a vida que se perdia
Anos foram se passando
e ninguém dela esquecia
Ao fim de um longo tempo
quando não mais se queria
apareceu um lindo príncipe
e com doçura a beijaria
E Branca de Neve então
do sono despertaria
E foram felizes pra sempre
é o fim que nos cabia
Pra onde foi a bruxa
e seu espelho do dia?
Foram também felizes
o perdão acontecia
Comendo maçãs de amor
seu coração curaria
a inveja que foi embora
jamais lembrada seria
a bondade nessa história
finalmente reinaria!
Despedida
Cansei de ficar cansada
agora quero descansar...
numa lápide fajuta
vou meu corpo adormecido
ali depositar
não quero flores
seu perfume é para os vivos
somente a morte escura
a me assombrar
cansei dos mortos vivos
que vagueiam dia e noite
sem venenos que os possam curar
o fantástico pecado do suicídio
ou a perda da salvação
a dor nos corações falsos
a arrogância dos que vivem
para amordaçar os que clamam
visto - me de luto pelos que ainda não foram
atravessando o estádio mórbido da sordidez humana
quero o púlpito onde habita a palavra do altíssimo
onde os anjos podem segurar suas mãos
e ir para além dos horizontes ainda não avistados
cansei de ficar cansada
cansei de descansar
vou agora trabalhar no oculto onde sonhos não vão se alojar
e a deseperança chora suas mágoas
sem sussurros ou murmurios
busquem as flores que murcharam... e o sol que não brilhou!
Lucia Pachecos
Cansei de ficar cansada
agora quero descansar...
numa lápide fajuta
vou meu corpo adormecido
ali depositar
não quero flores
seu perfume é para os vivos
somente a morte escura
a me assombrar
cansei dos mortos vivos
que vagueiam dia e noite
sem venenos que os possam curar
o fantástico pecado do suicídio
ou a perda da salvação
a dor nos corações falsos
a arrogância dos que vivem
para amordaçar os que clamam
visto - me de luto pelos que ainda não foram
atravessando o estádio mórbido da sordidez humana
quero o púlpito onde habita a palavra do altíssimo
onde os anjos podem segurar suas mãos
e ir para além dos horizontes ainda não avistados
cansei de ficar cansada
cansei de descansar
vou agora trabalhar no oculto onde sonhos não vão se alojar
e a deseperança chora suas mágoas
sem sussurros ou murmurios
busquem as flores que murcharam... e o sol que não brilhou!
Lucia Pachecos