Nossos passos...
Se nossos passos não deram em nada
de nada valeram os nossos passos?
valeram pelas pedras que contornamos no caminho
pelas lágrimas que mataram a sede do coração ressequido
pelas mãos que se estenderam ao londo da caminhada
e até pelas mãos que se fecharam junto com os olhos
Se nossos passos não deram em nada,
de nada valeram os nossos passos?
valeram pelos buracos que tivemos que saltar
pela grama que a extensa caminhada aparou devagar
pelas flores que cheiramos e os sentidos
fortalecidos pela experiência!
Se os nossos passos não deram em nada,
mas nosso espírito buscou um abrigo seguro no amor de Deus
Que caminhada é essa que a esperança aguarda?
valeu cada pegada no barro molhado
no atoleiro do medo ou no lodo da tristeza
Se os nossos passos não deram em nada
de nada valeram os nossos passos?
De qual caminhada estaremos falando?
da vida que é a morte que estamos vivendo
ou a morte que é vida que estamos esperando?
DE Lucia Pachecos.
Despedida
Cansei de ficar cansada
agora quero descansar...
numa lápide fajuta
vou meu corpo adormecido
ali depositar
não quero flores
seu perfume é para os vivos
somente a morte escura
a me assombrar
cansei dos mortos vivos
que vagueiam dia e noite
sem venenos que os possam curar
o fantástico pecado do suicídio
ou a perda da salvação
a dor nos corações falsos
a arrogância dos que vivem
para amordaçar os que clamam
visto - me de luto pelos que ainda não foram
atravessando o estádio mórbido da sordidez humana
quero o púlpito onde habita a palavra do altíssimo
onde os anjos podem segurar suas mãos
e ir para além dos horizontes ainda não avistados
cansei de ficar cansada
cansei de descansar
vou agora trabalhar no oculto onde sonhos não vão se alojar
e a deseperança chora suas mágoas
sem sussurros ou murmurios
busquem as flores que murcharam... e o sol que não brilhou!
Lucia Pachecos
Cansei de ficar cansada
agora quero descansar...
numa lápide fajuta
vou meu corpo adormecido
ali depositar
não quero flores
seu perfume é para os vivos
somente a morte escura
a me assombrar
cansei dos mortos vivos
que vagueiam dia e noite
sem venenos que os possam curar
o fantástico pecado do suicídio
ou a perda da salvação
a dor nos corações falsos
a arrogância dos que vivem
para amordaçar os que clamam
visto - me de luto pelos que ainda não foram
atravessando o estádio mórbido da sordidez humana
quero o púlpito onde habita a palavra do altíssimo
onde os anjos podem segurar suas mãos
e ir para além dos horizontes ainda não avistados
cansei de ficar cansada
cansei de descansar
vou agora trabalhar no oculto onde sonhos não vão se alojar
e a deseperança chora suas mágoas
sem sussurros ou murmurios
busquem as flores que murcharam... e o sol que não brilhou!
Lucia Pachecos